Os agentes penitenciários de Minas Gerais não têm acesso a atendimentos psicológicos e estão à mercê da própria sorte.
A revelação é do presidente da Associação Mineira dos Agentes e Servidores Prisionais do estado (Amasp). Há anos o sistema prisional brasileiro atravessa uma crise histórica. No estado, especialistas alertam que há uma bomba relógio nos presídios e que a qualquer momento ela pode estourar. Esta semana, a Itatiaia veicula uma série de reportagens sobre a situação dos agentes.
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Segundo Diemerson Souza, presidente da Amasp, o estado não disponibiliza o serviço de psicólogo, que se restringe apenas aos presos. “Eles têm que procurar por meios próprios, mesmo tendo psicólogos em todas as unidades prisionais."
Enquanto isso, os agentes clamam para serem notados. “A cultura é de não atendimento do servidor penitenciário. Ele fica à mercê da própria sorte para a sua sobrevivência. Suicídio é super-recorrente no sistema”, lamenta.
De acordo com os profissionais da segurança pública, às vezes um agente aparece com laudo de afastamento, passa por perícia, mas é liberado e obrigado a trabalhar.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, no Brasil, atualmente existem mais de 720 mil presos, contando com todos os regimes. Em Minas são mais de 75 mil presos, sendo que há vagas para 41.590 presos. O déficit chega a 34.335.
Os agentes penitenciários são aproximadamente 17 mil. Conforme a Amasp, três mil estão com contratos para vencer e não existe um cronograma de reposição dos profissionais.
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) está ciente do problema, que afeta toda a sociedade e não apenas os profissionais da segurança pública.
Ainda em nota, o estado, por meio da Sejusp e das forças de segurança, garante o acompanhamento periódico da saúde de todos os agentes e reitera que está trabalhando na melhoria das condições da assistência e também das condições de trabalho em geral dos profissionais que atuam com a segurança pública em Minas Gerais
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